Os circuitos do medo
Localizados no cérebro
Medo do desconhecido
Sintomas da evolução
Morrer de medo… ou de rir?
Eu não saio!
Dois trabalhos publicados na revista Nature mostraram a arquitetura funcional dos microcircuitos da amígdala central (AC) no cérebro e seu papel na aquisição e regulação da conduta do medo condicionado. Os estudos podem abrir a porta para pesquisas em modelos animais que servem para combater a fobia ou ansiedade e produzir medicamentos para tratar esses distúrbios.
Os cientistas conhecem o papel da AC na expressão do medo condicionado. No entanto, atualmente existe um grande vazio de conhecimento sobre como este comportamento é controlado a nível neuronal.
Em um dos artigos, Andreas Lüthi e sua equipe do Friedrich Miescher Institute for Biomedical Research (FMI), de Basileia, Suíça, explicam que não há atividade neural na subdivisão lateral da AC durante a aquisição do medo. As respostas de medo condicionado, no entanto, parecem ser conduzidas por neurónios na subdivisão interna da AC. Os pesquisadores do FMI mostram que ao desativar a subdivisão lateral da AC interfere na aquisição do medo. Para chegar a essa conclusão, a equipe de Lüthi usou técnicas clássicas de condicionamento de medo em ratos.
No segundo trabalho publicado, David Anderson e sua equipe do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos EUA, usaram métodos genéticos moleculares para mapear a conectividade funcional de uma subpopulação de neurônios localizados na subdivisão lateral da AC. Graças a isso, identificaram um microcircuito inibitório dentro desta área cerebral que ajuda a controlar o nível de paralisia condicional que ocorre em resposta ao medo.
Os trabalhos de ambos equipes de cientistas sugerem que há muitos microcircuitos altamente organizados em jogo dentro da AC, no condicionamento do medo. Maiores investigações nesta linha podem ajudar a melhorar nossa compreensão de como se definem os circuitos neurais do comportamento do controle cerebral dos mamíferos.
