Transplantes para a Europa

Portugal exporta o seu sistema para o mundo

Transplantes para a Europa
cirurgia estética, história (1)
O tráfico de órgãos tem os dias contados na Europa. O Parlamento Europeu aprovou a política de transplantes, que estende o modelo espanhol para os 27 países da UE. A directiva representa “uma condenação explícita ao tráfico ilegal de órgãos”, nas palavras de Rafael Matesanz, diretor da Organização Nacional de Transplantes, GNT, já que obriga cada estado-membro a criar, em um prazo de dois anos, um organismo oficial que funcione de forma semelhante a esta organização.
Por que cortocircuita esta iniciativa qualquer tentativa de comercialização de órgãos? A razão é que o modelo está baseado em um princípio básico, o altruísmo na doação. Além disso, os centros que realizam a intervenção devem ser acreditados pelo GNT, de forma que em Portugal não se realiza nem um transplante que não tenha sido autorizada por esta organização. A eficiência do sistema será complementado em breve com uma alteração do Código Penal, que prevê penas severas para quem “promova ou facilite o tráfico de órgãos e também para o paciente que, conhecendo a sua origem, “consentir a intervenção”. Com esta directiva “o fantasma da comercialização desaparece”, conclui Matesanz.
Por uma vez, Portugal é uma referência para a Europa e em medicina. A implantação do modelo espanhol é uma alternativa solidária para o americano, que permite o pagamento por um órgão, o que favorece que a pessoa que precisa, e dispõe de meios, procure em qualquer ponto do mundo, por distante que esteja. A Europa não vai por aí. O modelo idealizado no final dos anos 80 por Matesanz salvará a vida de uma 14.000 pessoas por ano, já que os doadores serão duplicados e, segundo as previsões da ONT, os hospitais europeus podem fazer 42.000 transplantes ano frente a 28.000 que são realizados hoje.
No entanto, mesmo com o aumento de 50% no número de transplantes, que se prevê que dentro de cinco anos, alguns doentes continuarão eternizándose nas listas de espera. Nem em Portugal, com a taxa de doação do mundo mais alta do mundo, 34,4 doadores por milhão de habitantes, há órgãos suficientes para cobrir as necessidades da população. Diante dessa escassez, a medicina começou a explorar alternativas, como o transplante renal de doador vivo, com bom resultado. O ano passado teve um aumento de 50%, o de fígado de doador vivo cresceu 3,6%. Há dez anos, nem se contemplava essa possibilidade, mas se algo foi provado que a medicina neste domínio é que ele é capaz de superar todas as barreiras. De facto, em Portugal foi transplantado um coração de um menino de oito dias e um de fígado outro de 16 dias. Quem imaginava, há cinco anos que viria a trasplanterse o rosto cheio? Se conseguiu, em Barcelona, e “o resultado é espetacular”, nas palavras de Rafael Matesanz.
O próximo transplante “espetacular” fará Pedro Cavadas com a equipe do Hospital La Fé de Valência. Consiste em implantar duas pernas para um paciente que tem seccionadas pelo coxa. A discussão entre a comunidade científica está o transplante de pênis. Há uma dúvida técnica: Será que é um pau com funções plenas? Ou seja, você terá ereções? O outro debate é ético: o que Deve ser aplicada um pau para um homem que tem de seção, se esta pessoa possa realizar as funções fisiológicas com normalidade? Matesanz não é partidário, apesar de aventura, que se fará nos Estados Unidos, como que se implantam braços inteiros, enquanto na Europa se optar por colocar uma prótese.

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