Regeneração cardíaca

Os peixes zebras podem fazê-lo

Regeneração cardíaca
O coração de um peixe-zebra 14 dias depois de sofrer a amputação. Fotografia: J.C. Izpisúa.
Dois novos estudos mostram como e por que o peixe-zebra ( Danio cebrado), fazem uso de uma habilidade que, por agora, não é mais do que uma meta para os humanos: a regeneração do coração. Até agora se sabia que este peixe podia regenerar o coração, mas não estava claro como o conseguia, e se no processo estavam envolvidos na ativação de células-tronco.
A primeira pesquisa, publicada na revista Nature, foi levada a cabo por Kenneth D. Poss, pesquisador da Universidade de Duke. Poss demonstrou que a maior parte da regeneração é realizada por um tipo particular de osteoblastos (células do miocárdio). São essas células que, ao entrar na área danificada, proliferam e ajudam a reconstruir o músculo cardíaco.
O segundo trabalho é obra de João Carlos Izpisúa Belmonte, pesquisador do Instituto Salk de Estudos Biológicos na Califórnia (EUA) e o Centro de Medicina Regenerativa de Barcelona (CMRB). Em sua pesquisa, Izpisúa Belmonte, procurou determinar quais células consertavam o músculo danificado. Para isso, junto com sua equipe, usou écnicas de engenharia genética, para converter os osteoblastos em “transgênicos”, insertándoles um gene marcador ou identificador, que lhes daria uma fosforescência esverdeada ao microscópio.
Depois, cortaram 20% de cada ventrículo dos peixes e esperaram um par de semanas para que os corações se regenerasen: se o músculo cardíaco brilhava, haviam dado com as células reparadoras. E assim foi. Mas a surpresa não acabou ali. Os osteoblastos já desenvolvidos que ficaram após a ferida voltou a um estado mais jovem, começaram a dividir-se para substituir as células perdidas e voltaram a crescer, pela segunda vez, tornando-se no tecido muscular cardíaco novo. Para Izpisúa Belmonte isso tem um futuro promissor: “Nossos resultados sugerem que talvez a regeneração em mamíferos não é uma utopia e que um conhecimento mais profundo dos mecanismos moleculares que induzem a proliferação dos osteoblastos poderia nos ajudar a entender a falta de regeneração em humanos, e, eventualmente, para tentar modificar esse processo”.
Seu trabalho tem sido publicado na revista Nature.
Fonte informação: SINC

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